Uma edição. Um colaborador. Um livro.

Sua universidade está de greve? Sim? Então esse é seu post! Nossos colaboradores de maio prepararam 7 motivos pra tirar você da frente do pc, e nós explicamos porquê. Abaixo você poderá ler sete indicações de livros, seguidas de um link que o direcionará para o melhor preço deste pela internet. Nada de ficar assistindo o facebook ou jogando Song Pop. Bora ler!

1. Reinaldo Ramos indica “Elza, a Garota”, de Sérgio Rodrigues. ”O livro resgata um episódio trágico na história do partido comunista brasileiro: o assassinato da garota Elza Fernandes na década de 30 após um confuso processo de justiçamento seguido do fracasso da intentona de 1935. O autor conduz uma interessante trama investigativa que mistura realidade e ficção, tendo como liame uma narrativa romanceada que se apóia sobre a figura de Molina, um jornalista quarentão em crise profissional e com uma namorada 20 anos mais jovem, às voltas com a missão de reescrever as memórias do crime a partir de uma série de entrevistas com Xerxes, um misterioso ex-militante de esquerda, não sabendo se está diante do último zelador de segredos valiosíssimos ou de apenas um velho sarcástico brincando com seu voluntarismo ingênuo. Mistura de documentário do History Channel com minissérie da HBO, “Elza, a Garota” é uma leitura para ser degustada com curiosidade histórica, mas com alguma dose despretensão literária.”

2. Prisca Agustoni está lendo e indica o ensaio biográfico de Louis Begley, “O mundo prodigioso que tenho na cabeça: Franz Kafka”. “Trata-se de uma forma interessante de entrar no universo fascinante e obscuro da obra de Kafka – um dos primeiros escritores que li com avidez e fascínio – através de trechos de cartas que cotejam fatos históricos e biográficos relativos ao autor e seu contexto. Isso permite reconstruir em parte o painel que foi a complexa vida interior desse gênio das letras de língua alemã.”

3. Paula Vasconcelos indica ”1922 – a semana que não terminou, de Marcos Augusto Gonçalves. “Uma aula de história diferente. É inquestionável as consequências desta semana até hoje e o livro nos aproxima das histórias de Mario, Lobato, Estado, Anita, Oswald, e Pirralho, com suas dificuldade, relações, conflitos. Uma narrativa crítica, que mescla jornalismo com história, e traz a tona mitos, crenças e verdades na reconstituição de cada passo deste grande evento. Com imagens das exposições, folhetos, páginas de jornal e fotografias da época, Marcos Antônio Gonçalves ilustra toda a história contada.

4. Frederico Spada indica “A recusa”, de Prisca Agustoni*. “A poesia de Prisca alia a densidade do chumbo à delicadeza da seda. É minimalista, mas não efêmera: ecoa. Inscreve fundo sua letra, sua lavra, afinal “não sai-se indene/ da obsessão alheia”. Em “A recusa”, os corpos são feitos reféns, e o desejo partilha a dissonância, cultiva o indecente silêncio “antes que as palavras/ se tornem apenas palavras”. Os olhos se deixam levar, há sombras, e a “noite se exila além das pálpebras”. A mão espalmada na capa não repele, mas oferta: “minha oferenda/ é a recusa”, escreve a autora. A recusa, aqui, é a posteriori.

5. Mayara Peixoto indica ”Cyrano de Bergerac, de Edmond Rostand. “É uma peça de teatro francesa, de 1897. Não sei nada técnico sobre ela; sei que ela já foi amplamente interpretada – inclusive no Brasil -, e adaptada para o cinema. É uma leitura deliciosa, fácil, boa para descansar a mente e as emoções. O enredo é simples: desencontros amorosos. Fórmula universal retratada com muito bom humor, e com a dose de drama de que muitas pessoas gostam. Os poetas – e aspirantes – vão se identificar com o protagonista, que dá nome à peça. Acho genial, ainda que simples – altamente recomendável.”

6. Cristina DeSouza está relendo e indica “A Redoma de Vidro”, de Sylvia Plath. “Poesia visceral, profunda, e a flor da pele, de uma das minhas autoras favoritas.”

7. Bruna Maria indica ”Cartas de um escritor solitário, de Sam Savage. “Sam, através da compilação da “mais trágica história de Andrew Whittaker – seus escritos coligidos, finais e absolutamente completos” narra, através de cartas do personagem principal aos seus inquilinos, amantes, mãe, ex-mulher, amigos, colaboradores literários etc, a trajetória cômico-deprimente do arrogante escritor e editor Whittaker. Através do conteúdo das cartas enviadas, vamos, pouco a pouco, concebendo a estória desse personagem que se assume a todo tempo como autor e editor da revista literária “Sabonete”, mas cuja obra completa se resume apenas às cartas corriqueiras e simplórias apresentadas no livro. As cartas apresentam Andrew, na verdade, como um escritor fracassado e levemente patético, com uma vida pessoal confusa e desinteressante, que crê em seu potencial genial e que, na posição de editor de uma revista de literatura, se vê com o poder de julgar o trabalho de iniciantes, de afetos e de desafetos. O livro tem um início enfadonho, mas, depois, atinge um ritmo interessante, com trechos risíveis – técnica de Savage para demonstrar o ridículo de Andrew Whittaker? Pode ser. Para responder a esta pergunta, deixo a indicação de leitura.”